domingo, 7 de fevereiro de 2010

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Quadrilhas são apelidadas de “novo cangaço”Quadrilhas são apelidadas de “novo cangaço”
Por: Silvana Torquato
Em alguns Estados do Nordeste, a polícia criou uma nomenclatura para chamar os assaltos aos bancos: “novo cangaço”, quando quadrilhas com mais de dez integrantes rendem a agência toda, utilizam de armas pesadas e fazem reféns gerentes dos bancos e até clientes. Essa situação é semelhante aos casos de roubo que acontecem na Paraíba em agências bancárias e nos Correios.
Somente este ano, foram registrados um arrombamento a um posto do Banco do Brasil em Barra de Santana; um assalto ao BB em Tavares, no Sertão, e uma invasão à agência em Aroeiras, no Agreste. Além de dois roubos aos Correios, também em Barra de Santana e em Poço Dantas, Sertão; e um assalto à prefeitura de Curral Velho, também no Sertão. A característica desses assaltos foi quase a mesma: de dois a dez homens chegaram nos locais fortemente armados, em alguns casos fizeram reféns, e fugiram em seguida.
Outra facilidade encontrada pelos bandidos, é que as cidades escolhidas geralmente fazem divisa com outros estados, para facilitar a fuga. Contabilizando a população desses municípios que foram alvo dos assaltantes em 2010, todas elas possuem em torno de 50 mil habitantes, 13% de toda a população de Campina Grande, que é de aproximadamente 385 mil.
Para tentar coibir a criminalidade, principalmente no interior, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social revelou que está planejando uma ação para diminuir a onda de violência que amedronta a população das cidades interioranas. Segundo o secretário Executivo do órgão, coronel Ramilton Cordeiro, as viaturas das polícias Civil e Militar adquiridas recentemente pelo governo do Estado vão ser distribuídas em breve para os municípios de pequeno porte para ajudar no trabalho de prevenção e investigação dos assaltos e de outras ocorrências. Ele disse ainda que serão disponibilizadas 172 caminhonetes e 100 motos para todo o Estado.
A Polícia Militar garantiu que nos dias de pagamento são feitas rondas e o efetivo é reforçado para tentar evitar qualquer tipo de assalto nas cidades do interior. No caso das 35 cidades que fazem parte da área de abrangência do 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM), em Campina Grande, o comandante interino, o major Josevaldo Bazente Mendes, informou que nos municípios que não contam com policiamento fixo, o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e a Tropa de Choque também fazem a segurança. “Não somente nos dias de pagamento, mas em qualquer período que a população necessite de segurança, nós enviamos a polícia para as cidades. Para Barra de Santana, por exemplo, é enviado reforço todos os dias”, enfatizou.
O comandante do 3º BPM, em Patos, o coronel Carlos Santos Melo, informou que a polícia está tomando medidas preventivas contando com a ajuda do policiamento dos estados vizinhos, através da realização de operações para combater o tráfico de drogas, os assaltos e demais ocorrências. “O problema, no entanto, é que são muitas cidades para a polícia atender, por isso, se torna difícil evitar alguns assaltos”, afirmou
Já no 12º BPM, em Catolé do Rocha, que atua em 16 cidades, o comandante major Cunha Rolim afirmou que não houve assaltos a Correios e agências bancárias nos últimos anos na região. E o coronel Dilson Dutra, comandante do 6º BPM, em Cajazeiras, disse que o batalhão trabalha com policiamento de patrulha de fronteira, já que muitos municípios da área de abrangência do 6º BPM se localizam nas divisas com Rio Grande do Norte e Ceará. E em dias de pagamento, o Pelotão de Choque também faz ronda nas 16 cidades que fazem parte da atuação do batalhão. O último assalto registrado aos Correios na área de cobertura do 6º BPM foi em Poço Dantas, no dia 1º de fevereiro deste ano.
Em relação ao efetivo da Polícia Civil, o delegado geral, Canrobert Rodrigues de Oliveira, disse que está aguardando a nomeação do pessoal para distribui-los para as cidades que não contam com policiamento fixo no momento. Para tentar investigar os assaltos a bancos nas cidades do interior, a Polícia Civil firmou parceria com a PM e Polícia Federal para combater a criminalidade. De acordo com o delegado geral, as investigações apontam que as quadrilhas de roubo a banco geralmente são oriundas do Pernambuco, e para isso, a Civil também está contando com a colaboração da polícia do estado vizinho para tentar localizar e prender os acusados de assaltos.
Já em relação às agências dos Correios e postos de atendimento da Caixa Econômica, por ser instituição federal, quando acontece algum assalto nas cidades do interior a Polícia Federal é quem instaura o inquérito e investiga o crime.
“Como na maioria das cidades do interior não há sede da PF, quem geralmente instaura o inquérito é a Polícia Civil, que depois nos encaminha. Com isso existe uma parceria de trabalho com a polícia do Estado. Já em relação à realização de operações nos municípios de pequeno porte, a PM e Civil precisam solicitar o apoio da PF para atuar de forma conjunta”, disse o superintendente interino

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