quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Mundo

Reconstruindo o Haiti Governo brasileiro terá um pacote de projetos para reerguer o país


O Brasil lançará um pacote de projetos para a reconstrução do Haiti, país atingido por um terremoto de 7 graus na escala Richter no dia 12 de janeiro. O anúncio das medidas será feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao país, prevista para o dia 25 deste mês. O governo haitiano já contabiliza mais de 200 mil mortos na tragédia.

"O mundo inteiro, com alguma freqüência, se volta para o Haiti e tenta ajudar. Dessa vez temos a oportunidade de uma ação mais duradoura e pelo menos o Brasil, desde a decisão de participar da Minustah (força de paz da ONU) em 2004, tem se preocupado em ajudar muito", afirmou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, em entrevista coletiva.

Um dos projetos previstos no pacote, segundo o ministro, trata da construção de casas populares no país caribenho a partir de materiais disponíveis na região. A coleta e o reaproveitamento do lixo também estão previstos na proposta brasileira. "Não vamos criar pacote virtual, será real. Oque o presidente vai anunciar é para ser executado", afirmou o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral para a América Latina e membro do gabinete de crise. O número de projetos do pacote brasileiro e os recursos necessários para a nova etapa de trabalhos no Haiti ainda não estão definidos. Segundo o general Félix, alguns projetos já foram apresentados no passado, mas não foram levados adiante por falta de financiamento das Nações Unidas.

No início de março, ministros de diversos países irão se reunir em Nova York para discutir arrecadação de doações internacionais ao Haiti. Uma conferência já foi realizada no mês passado, no Canadá, para debater a recuperação e reconstrução do Haiti a longo prazo. "Nossa filosofia é de que nós estamos lá para ajudar os haitianos a resolver os seus problemas. Nós não estamos lá para resolver os problemas dos haitianos", resumiu o ministro Jorge Félix. A prioridade do pacote será a criação de frentes de trabalho para mobilizar os haitianos e garantir renda para a população, segundo o embaixador brasileiro. Alguns projetos poderão ser realizados em parceria com outros países, que também estão estruturando um pacote de medidas para a reconstrução do Haiti.

O Brasil ainda vai aumentar o contingente de militares no país caribenho, nos próximos dias. A previsão é de que 900 homens embarquem ainda neste mês, de acordo com projeto de lei de autoria do Executivo. A proposta, aprovada pelo Congresso Nacional, prevê ainda uma reserva de 400 militares. Segundo o almirante Paulo Zuccaro, subchefe do comando e controle do Estado-Maior da Defesa, todos os militares que estavam no Haiti durante o terremoto terão retornado ao Brasil até amanhã. Apenas um cabo do Exército, ferido durante o terremoto no mês passado, aguarda condições especiais para retornar ao Brasil. Segundo Zuccaro, a troca já estava prevista, mas foi adiada para um momento mais oportuno.

Balanço

Segundo o general Félix, a Força Aérea Brasileira (FAB) fez 60 voos ao Haiti desde o terremoto no mês passado. O Brasil enviouainda um navio com ajuda humanitária e outro sairá do Rio de Janeiro, ainda neste mês, com o mesmo objetivo. Ao todo, já foram enviados ao Haiti 56 toneladas de água e 225 toneladas de medicamentos. Entre doações de particulares e do governo, 1 mil toneladas foram arrecadas para ajuda ao Haiti. Desse total, cerca de 600 já foram enviadas ao país caribenho.

O hospital de campanha da FAB instalado pelo Brasil em Porto Príncipe em 18 de janeiro, já realizou 3 mil atendimentos e 90 cirurgias de médio e grande porte.

Indenização

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei do Poder Executivo que concede auxílio especial no valor de R$ 500 mil a cada uma das famílias dos 18 militares das Forças Armadas mortos no Haiti, durante o terremoto que aconteceu em janeiro. O projeto também prevê a concessão de uma bolsa especial de educação no valor de R$ 510 aos dependentes estudantes do ensino fundamental e médio até os 18 anos e, se universitário, até os 24 anos.De acordo com o projeto, que terá ainda que ser aprovadopelo Senado, a bolsa de estudos será corrigida anualmente pelo mesmo índice de correção dos benefícios da previdência social.



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